- Extensividade do território
- Fraca atividade de pesquisa básica
- Complexidade de padrões da forma que o relevo apresenta
- Dificuldade de se obter uma classificação adequada
Modo simplista de classificação
- Forma generalista
- Relevos de altitudes modestas
- Antigas estruturas e "velhos planaltos"
- Planície de gênese recente
- Há uma dificuldade grande em se estabelecer a nível de generalização uma adequada classificação do relevo
- Dificuldade de se estabelecer critérios coerentes de classificação
Modo complexo da realidade
- Variedade de estrutura geológica
- Diferentes litologias e idades
- Diversidade climática atual e pretérita
- Diversas formas de relevo
Importante para compreender o relevo
- Ter uma visão ampla do que ocorre a nível das estruturas que o sustentam
- O que ocorreu no Cenozoico: processos erosivos responsáveis por sua esculturação
- As estruturas que sustentam as formas de relevo no Brasil são em grande parte antigas, datando o pré-Cambriano.
- As bacias sedimentares são mais recentes, geradas ao longo do Fanerozoico
Idade e gênese das formas X Idade e gênese das estruturas
Ab'Saber - 1964 - Nova Divisão do Relevo do Brasil; Denominações geomorfológicas associadas às regionais (termos geomorfológicos, geológicos de caráter estrutural e de cronologia).
Objetivo: "Homogenizar a nomenclatura das grandes parcelas do Planalto Brasileiro"
- Estrutura e litologia predominantemente antigas
- Formas do relevo: recente (predominantemente no Cenozoico)
"Não basta entender como formaram-se as bacias sedimentares Fanerozoicas, os cinturões orogênicos do pré-Cambriano Superior e como evoluiu a Plataforma Brasileira, se, não entender-se como evoluiu o relevo durante e pós o soerguimento generalizado, porém desigual da plataforma ao longo do Cenozoico"
O relevo brasileiro passou por processos erosivos ao longo do Terciário e início do Quaternário que resultaram na atual configuração geomorfológica
Fatores da geomorfologia:
"O relevo do país está compartimentado em formas esculpidas nas bacias sedimentares soerguidas e coroadas por depressões marginais ou periféricas, que se interpõe a planaltos e serras esculpidos em estruturas cristalinas ou mesmo sedimentares rígidas e antigas (maciços antigos)"
1970 - 1985: Projeto RadamBrasil (Ligado ao Ministério das Minas e Energia) - Pesquisa sistemática desenvolvida ao longo de todo território nacional.
"Somente após ter-se uma visão geral e precisa dos eventos geomorfológicos no Brasil é que se pode chegar a uma classificação generalista que expressasse um síntese o mais fiel possível da realidade"
Critério geral da classificação das unidades do relevo brasileira: Combinação geomórfica-geológica associada às regiões
O relevo brasileiro passou por processos erosivos ao longo do Terciário e início do Quaternário que resultaram na atual configuração geomorfológica
Fatores da geomorfologia:
- Imposições estruturais e tectônicas (endógenos)
- Ações climáticas (exógenos)
"O relevo do país está compartimentado em formas esculpidas nas bacias sedimentares soerguidas e coroadas por depressões marginais ou periféricas, que se interpõe a planaltos e serras esculpidos em estruturas cristalinas ou mesmo sedimentares rígidas e antigas (maciços antigos)"
1970 - 1985: Projeto RadamBrasil (Ligado ao Ministério das Minas e Energia) - Pesquisa sistemática desenvolvida ao longo de todo território nacional.
- Objetivo: Possibilitar que se obtivesse de forma claramente registrada todos os eventos geomorfológicos de maior expressão areal.
- Método: Imagens de radar
- Mapeamento/levantamento dos recursos naturais em todo o território nacional
- Execução em um espaço de tempo relativamente curto
- Reconhecimento geral dos solos, cobertura vegetal, geologia, recursos hídricos, e geomorfologia.
- Eventos registrados parceladamente
- Dificuldades do projeto: dificuldades iniciais de estabelecimento da metodologia adequada e dificuldade de se fazer um mapa síntese que abrangesse todo o território nacional devido às diferentes escalas feitas no mapeamento.
- Vantagem: Conhecimento das verdadeiras dimensões dos eventos identificados; Criação da síntese do relevo de todo o território.
"Somente após ter-se uma visão geral e precisa dos eventos geomorfológicos no Brasil é que se pode chegar a uma classificação generalista que expressasse um síntese o mais fiel possível da realidade"
História das Classificações do Relevo Brasileiro
Século XIX: Primeiras classificações
- Principais autores: Aires de Casal (1817), Humboldt e Orville Derby (1884)
- Delgado de Carvalho (1923): Três maciços: Atlântico, Central e Nortista
- Método das Grandes Unidades: Denominações geomorfológicas + eminentes geológicos + denominações regionais.
- Complexificação da classificação: Planalto Cristalino e Chapadões Centrais
- Aroldo de Azevedo (1949): Três Planaltos: Atlântico, Meridional e Central
- Método das Grandes Unidades: Denominações em planaltos e planícies
- Complexificação da classificação: Serras Cristalinas, Planalto Arenítico-Basáltico, Planalto Sul Goiano, Planalto Sul Amazônico, etc.
Critério geral da classificação das unidades do relevo brasileira: Combinação geomórfica-geológica associada às regiões
Ab'Saber - 1964 - Nova Divisão do Relevo do Brasil; Denominações geomorfológicas associadas às regionais (termos geomorfológicos, geológicos de caráter estrutural e de cronologia).
Objetivo: "Homogenizar a nomenclatura das grandes parcelas do Planalto Brasileiro"
- Planalto Central ou Goiano-Mato-grossense
- Planalto Meridional ou Gondwânico Sul Brasileiro
- Planalto Nordestino ou da Borborema e chapadas circundantes
- Planalto do Meio Norte ou do Maranhão Piauí
- Planalto Oriental ou Sul-oriental ou Atlântico do Brasil de Sudeste
A ideia principal era estabelecer um tratamento das unidades de relevo sem que se recorra aos domínios morfoestruturais ou então morfoclimáticos.
Ab'Saber - 1969 - Propõe outra classificação do relevo, porém considerando os processos fomentados pelos climas atuais: Criação dos Domínios Morfoclimáticos Brasileiro.
Objetivo: Valorizar a dinâmica dos processos atuais na esculturação das formas de relevo
Denominações climato-botânicas
Morfoestrutura:
Macro-unidades geomorfológicas (unidades morfo-esculturais)
AS UNIDADES DE PLANALTO
Categorias:
Planaltos em Bacias Sedimentares
Planalto em Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados
Classificação das depressões Azis Ab'Saber (1972)
Objetivo: Valorizar a dinâmica dos processos atuais na esculturação das formas de relevo
- Cobertura vegetal
- Tipo de clima
- Modelado Predominante do Relevo
Denominações climato-botânicas
- Domínio dos chapadões tropicais, as duas estações recobertos por cerrados
- Domínio das regiões serranas tropicais úmidas ou dos mares de morros extensivamente florestados
- Domínio das depressões semi-áridas, pontilhadas de inselbergs, dotadas de drenagem intermitente e recoberta por caatingas extensivas
- Domínio dos planaltos sub-tropicais, recoberto por araucárias e pradarias de altitude
- Domínio das coxilhas subtropicais uruguaio-sul riograndense recoberta por pradarias mistas
- Domínio das terras baixas equatoriais, extensivamente florestas da amazônia brasileira
Desvantagem desta classificação: Ela trata-se de uma classificação da geomorfologia em que o clima e a cobertura vegetal no primeiro nível de tratamento e subordinadamente definem o modelado do relevo de cada área. Com isso, são valorizados os processos morfodinâmicos e morfoclimáticos atuais, mas perde-se a informação da macro-compartimentação e os efeitos dos paleo-climas na esculturação.
A Proposta da Nova Concepção do Relevo
As formas de relevo são resultantes de:- Processos endógenos
- Processos exógenos (climas pretéritos e atuais)
- Dificuldades de classificar todas as variáveis motoras da morfogênese
- Fator evidente da classificação: morfoestrutura e domínios morfoclimáticos
Morfoestrutura:
Critério de delimitação cartográfica: classificação geologia (desconsidera o modelado do relevo, que fica como secundário)
Domínios Morfoclimáticos:
Critério de delimitação cartográfica: quadro climato-botânico (valorização do tipo climático dominante, fortemente associado ao fitogeográfico e desconsidera o modelado do relevo, que fica como secundário)
Importante!! Para se pensar sobre o relevo tem-se que levar em consideração as seguintes noções:
- Morfoestrutura - Influência da estrutura geológica na gênese das formas
- Morfoclimática - Tipos climáticos determinantes nos processos morfodinâmicos que operam na atualidade na esculturação das formas
- Morfoescultura - Não correspondem exclusivamente às formas de relevo dos climas atuais, mas também incluem a influência dos climas pretéritos que deixaram na paisagem marcas de sua presença através de paleoformas e da macro-compartimentação
"Geneticamente as unidades morfoesculturais são resultantes de processos gerados por climas e paleoclimas que esculpiram formas de relevos em diferentes estruturas."
Nova Concepção da Classificação do Relevo Brasileiro
- Fator predominante: morfoestrutural
- Valoriza o modelado representado pelas macro-compartimentações que o relevo apresenta
Primeiro Táxon: Geomorfológico
- Planalto
- Planície
- Depressão
Segundo Táxon: Tenta classificar os planaltos em função do caráter estrutural que apresentam. Assim surge os planaltos esculpidos em:
- Bacias Sedimentares
- Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
- Núcleos Cristalinos Arqueados
- Cinturões Orogênicos
Terceiro Táxon: Define nominalmente cada uma das unidades morfoesculturais (planaltos, planícies e depressões)
- Planalto da Amazônia Oriental
- Planalto e Chapada dos Parecis
- Depressão Marginal Norte Amazônica
- Planície do Rio Araguaia
- Etc
Macro-unidades geomorfológicas (unidades morfo-esculturais)
OS PLANALTOS
Planaltos em Bacias Sedimentares
- Planalto da Amazônia Oriental
- Planalto da Amazônica Ocidental
- Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba
- Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
Planaltos em Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
- Planaltos Residuais Norte Amazônicos
- Planaltos Residuais Sul Amazônicos
- Planaltos e Chapadas dos Parecis
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados
- Planalto da Borborema
- Planalto Sulriograndense
Planaltos em Cinturões Orogênicos
- Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste
- Planaltos e Serras Goiás-Minas
- Serras Residuais do Alto Paraguai
AS DEPRESSÕES
- Depressão Marginal Norte Amazônica
- Depressão Marginal Sul Amazônica
- Depressão do Araguaia
- Depressão Cuiabana
- Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
- Depressão do Miranda
- Depressão Sertaneja e do São Francisco
- Depressão do Tocantins
- Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná
- Depressão Periférica Riosulgrandense
AS PLANÍCIES
- Planície do Rio Amazonas
- Planície do Rio Araguaia
- Planície e Pantanal do Rio Guaporé
- Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Matogrossense
- Planície das Lagoas dos Patos-Mirim
- Planície e Tabuleiros Litorâneos
Síntese Descritiva das Unidades
Natureza morfogenética: Cretáceo (Terciário-Quartenário)
Compartimentação do Relevo Atual
- Soerguimento da Plataforma Sul-Americana ao longo do Cenozoico (epirogênese pós-cretácea)
- Processos erosivos de caráter circundenudacionais que ocorreram principalmente a partir do Terciário Superior ao Quartenário Inferior (Neogeno).
Obs: Os processos erosivos (epirogênese e os diversos climas) não tiveram o mesmo vigor ao longo do espaço e do tempo
- Menor ou maior atuação tectônica
- Diferentes graus da resistência das litologias
- Diversos arranjos de estrutura
- Maior ou menos agressividade dos climas
- Ora mais secos (áridos e semi-arídos), ora úmidos, ou semi-úmidos com várias alternâncias ao longo do Terciário Superior e Quaternário Inferior (Neogeno)
- Esculturação de diversos modelados
- Diferentes tratamentos classificatórios face à escala de abordagem e a metodologia de apoio
AS UNIDADES DE PLANALTO
Categorias:
- Bacias Sedimentares
- Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
- Núcleos Cristalinos e Arqueados
- Cinturões Orogênicos
Característica: Formas Residuais
- Tais planaltos estão circundados por extensas áreas de depressões relativas e que por conseguinte põem em ressalto os relevos mais altos que oferecem maior dificuldade ao desgaste erosivo.
Planaltos em Bacias Sedimentares
- São quase inteiramente circundados por depressões periféricas os marginais
- Se apresentam no contato (planaltos-depressões) relevos escarpados com frentes de Cuestas
- Planaltos da Bacia Amazônica (Oriental e Ocidental), Planaltos e Chapadas da Bacia da Parnaíba e Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.
Planalto em Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
- Se constituem por coberturas sedimentares residuais de diversos ciclos erosivos
- Se constituem por um pontilhado de serras e morros isolados associados à intrusões graníticas, derrames vulcânicos antigos e dobramentos modernos com ou sem metamorfismo
- Todas as formações são datadas no pré-Cambriano inferior ao superior
- Planalto e Chapada dos Parecis (Datação no Cretáceo)
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados
- Encontram-se relativamente isolados e correspondem a segmentos antigos soerguidos de forma abódaba
- Maciços antigos intensamente trabalhados por processos erosivos que se desenvolveram ao logo do Cenozoico
- No reverso gerou-se extensas depressões
- Planalto da Borborema (Nordeste) e Planalto Sulriograndense (RS)
- Cinturão Orogênico da Faixa Atlântica
Planaltos em Cinturões Orogênicos
- Ocorrem na faixa de orogenia antiga
- Relevos residuais sustentados por litologias diversas, quase sempre metamórficas associadas com intrusivas
- Estão em áreas de estruturas dobradas
- Em função da natureza estrutural, neste planalto encontram-se inúmeras serras (atacados por processos erosivos no pré-Cretáceo, Terciário-Quaternário
AS UNIDADES DE DEPRESSÃO
- Foram geradas por processos erosivos circundenudacionais com atuação acentuada nos contatos das bordas das bacias sedimentares com maciços antigos
- As atividades erosivas com alternâncias entre ciclos secos e úmidos esculpiram ao longo do Terciário Superior e o Quaternário Inferior as depressões periféricas, as marginais, e as monoclinais, que aparecem circundando as bordas das bacias e se interpondo entre estas e os maciços antigos do cristalino.
- As atividades erosivas paleoclimáticas são mais evidentes nas depressões do que nos planaltos
- As depressões se estendem por estruturas muito diferenciadas. (pediplanação dos períodos secos e meteorização bio-química e erosão linear dos períodos úmidos
Classificação das depressões Azis Ab'Saber (1972)
- Depressões periféricas subsequentes
- Depressões monoclinais
- Depressões marginais
- Depressões marginais com eversão
- Depressões marginais com eversão e formação da bacias detríticas modernas
AS UNIDADES DE PLANÍCIE
- Áreas essencialmente planas
- Geradas por deposição de sedimentos recentes que sejam de origem marinha, lacustre ou fluvial
- Predominam os processos agradacionais
- Planície dos Rios Amazonas, Guaporé, Araguaia, Paraguai e a Planície das Lagoas dos Patos e Mirim e inúmeras outras planícies e tabuleiros ao longo do litoral brasileiro bem como no interior do território
- Depósitos recentes do Quaternário, principalmente o Holoceno
Fonte de ajuda: clique aqui
Debate!
Depois de suas pesquisas, da leitura do plano de estudos e também do texto-fonte, podemos debater sobre as classificações do relevo brasileiro
Bons estudos!
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